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A dor de cotovelo dos derrotados
Notícias Gerais
Publicado em 17/11/2020

Gregório José

Radialista, Jornalista e Filósofo

 

 

O mundo inteiro e, principalmente a imprensa, ficou e está estarrecida com a falta de honra e decoro do presidente norte-americano Donald Trump em não reconhecer e aceitar a derrota para Joe Biden. Acham um absurdo ele ir jogar golfe; ter reuniões, jantares, encontros de negócio e não ir a público dizer: “americanos, desejo que Joe Biden possa administrar os EUA com honra e respeito, com dignidade e respeitando a vontade da maioria dos americanos”!

Se fizer isto, todos irão aplaudir e ficar felizes. Ele vai deixar o poder.

Mas, aqui, no Brasil, mais de 19 mil pessoas se candidataram a prefeito neste ano, um aumento de 14% em relação aos 17,6 mil concorrentes de 2016. Somente 5.570 vagas. Em apenas 106 delas não houveram disputas, uma vez que só tinha um candidato na disputa.

Em 57 delas ainda teremos disputas.

Mas, e os 5.358 ELEITOS? Não merecem o respeito e o reconhecimento?

Por qual motivo os derrotados, com dor de cotovelo, cabeça inchada e raiva do povo que os preteriu não têm a mesma dignidade?

Por qual motivo a imprensa não cobra a postura que se espera de quem perde uma disputa. No MMA o derrotado, pelos juízes ou nocaute (como ocorreram com prefeitos em algumas cidades), levanta, abaixa a cabeça e cumprimenta o vencedor. É simples e mostra honradez. Dignidade.

A escolha do povo precisa ser respeitada.

O voto é obrigatório e, aceitar o resultado das urnas, uma premissa básica em uma democracia.

A vontade do eleitor deve prevalecer.

Aos vencedores os louros da vitória, aos derrotados que repensem suas táticas, suas propostas, suas comunicações. Aos que estavam no poder e receberam bilhete azul da população é porque sua administração não foi das melhores.

Vejam exemplos de Belo Horizonte com Alexandre Kalil (odiado pela imprensa) e reeleito em primeiro turno. Vitório Mediolli (Betim); Odelmo Leão (Uberlândia). Das capitais e grandes cidades brasileiras, somente Nelson Marchezan Júnior (PSDB), prefeito de Porto Alegre, ficou de fora do segundo turno.

É assim numa democracia. O povo elege, escolhe e, sua maioria precisa e deve estar certa.

Pelo menos é o que espera a população que fez a escolha.

Então derrotados, venham a público dizer: “parabéns, fulano! Cuide bem de nossa cidade. Obrigado eleitor que acreditou em nosso projeto. Vamos continuar trabalhando pela cidade”.

Pronto! Só isto. Não dói e é educado.

 

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