LUCIANA ARCHETE
Jornalista MG19681JP
ABI (Assoc. Bras. Imprensa) E-002962
Feirantes e consumidores da feira livre do domingo, que se encontra a poucos metros do Centro Administrativo de Muriaé tem se tornado um problema sério para os agricultores que comercializam ali seus produtos, feirantes que vivem da comercialização e os próprios consumidores.
Todo domingo devem passar pelo local cerca de três mil pessoas, principalmente porque o fluxo é constante da hora que ela inicia, por volta de 06h indo até por volta de 12h às 13 horas.
Os feirantes reclamam da falta de manutenção nos espaços públicos. Falta de estrutura e de segurança são alguns dos problemas encontrados nas feiras, não só a de domingo, mas a das quartas-feiras e sábados (Feira Coberta no Centro).
Na feira de domingo, em plena luz do dia e com movimentação, dão conta de assaltos e furtos, tanto aos comerciantes quanto aos clientes.
Na feira coberta, o descaso começa do lado de fora da feira, com lixo acumulado e mato alto em seu entorno. A feira tem problemas que colocam em risco a higiene do local. O amontoado de lixo espalhado por todo lado atrai muitos bichos. E a maior parte dos feirantes e consumidores fica debaixo de uma cobertura deteriorada.
“Toda vez que eu chego aqui é essa situação. Vejam só os buracos, quando chove molha tudo”, afirma um feirante.
“Muito abandonado, muito lixo. Eles não recolhem os lixos, quando chove enche muito, fica ruim pra gente passar”, diz a dona de casa Maria do Socorro.
Alguns feirantes de domingo já abandonaram o negócio e outros dizem ter perdido 80% da clientela por causa dos problemas na feira.
As barracas ainda são de madeira e a cobertura com lona plástica preta, o que aumenta o calor em dia de sol e muita goteira, em período de chuva.
Montada todos os domingos, a Feira Central é considerada uma das feiras livres mais populares da Zona da Mata. Apesar da grande relevância na economia, a feira que está localizada na avenida JK é alvo de constantes críticas, tanto de consumidores quanto dos próprios feirantes. “Eu sou frequentadora da feira a mais de 10 anos e nunca vi mudanças por aqui. As barracas funcionam de forma bem improvisada, tem muita sujeira e quando chove, a situação fica ainda mais complicada”, destacou a técnica em enfermagem Mariana Santos.
No começo do ano passado a Prefeitura se reuniu com feirantes para discutir e buscar soluções para o local. Entre os problemas citados pelo grupo estão a falta de bancas adequadas, segurança e banheiros químicos. Na época, a Administração se comprometeu a melhorar a situação dos feirantes, mas, segundo muitos, nada mudou.
Para um comerciante no local, além dos problemas dentro do espaço da feira, existe outro obstáculo a superar na rotina diária dos produtores, a falta de incentivos do poder público. Muitos feirantes não dispõem de condução própria para transportar as mercadorias. “Seria interessante que a Prefeitura ajudasse o produtor melhorar o escoamento dos produtos. Todos sairiam ganhando, tanto a cidade, que geraria mais dinheiro, o consumidor que tem produtos de maior qualidade e o feirante que tem como transportar a carga de forma imediata”, comentou.
Pra deixar os feirantes desolados, começaram a chegar os carnês para pagamento de alvará de funcionamento. A maioria pagará em torno de R$ 600,00 ao ano e, outros acima de R$ 1.200,00. No entanto, os benefícios não chegam.