Foi realizada, no dia 4/7, no gabinete do segundo sumariante do Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte, a audiência, em continuação, do processo que apura o crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver cometido contra Magna Laurinda. O crime ocorreu no dia 23 de agosto de 2024, mas só foi desvendado após a descoberta do corpo no dia 27 desse mesmo mês, após familiares denunciarem o sumiço da mulher.
Os acusados são um filho e duas filhas e a mãe deles, que era companheira do pai da vítima. Na audiência, ocorreu o interrogatório dos acusados, e o filho foi o primeiro a ser ouvido.
Mãe, filho e duas filhas são acusados de homicídio e ocultação de cadáver (Crédito: Google Gemini / Imagem Ilustrativa)
Logo no início do interrogatório, ele manifestou interesse em confessar o crime. Disse que estava realizando obras de reforma do telhado da casa da mãe e que não sabia sobre os desentendimentos entre ela e a enteada, relacionado a dívidas. Porém, quando desceu para lanchar, afirmou ter encontrado a vítima, muito nervosa, discutindo com a mãe dele.
Ele alegou que tentou apaziguar a discussão, por ter uma relação muito próxima com a mãe, mas a vítima estava muito exaltada e foi para cima dele, momento em que disse tê-la esfaqueado para se defender.
Em seguida, foi ouvida a mãe dos acusados, companheira do pai da vítima e também acusada pelo crime. Ela negou que estivesse presente no momento do crime e que somente escutou a discussão entre o filho dela e a vítima. Alegou, ainda, que não viu quando a vítima foi esfaqueada e nem quando o filho escondeu o corpo na cisterna.
As duas filhas da mulher também foram interrogadas. Elas negaram que estavam na casa no dia do crime, mas confirmaram que o motivo da discussão foi um valor proveniente de empréstimo, realizado na conta bancária do idoso, pai da vítima, e que foi utilizado indevidamente por uma delas no "jogo do tigrinho" (aplicativo de apostas).
A filha que utilizou o valor no jogo confessou que chegou a gastar mais de R$ 8 mil. Ela contou que chegou a combinar com a vítima para ir até a casa dela e da irmã, para falarem sobre uma forma de pagar o valor gasto indevidamente. Segundo ela, a vítima não disse quando iria e, no dia do crime, alegou que não estava em casa. Disse, também, que só soube do crime cometido pelo irmão no dia em que o corpo foi encontrado.
A outra filha afirmou que o valor encontrado em sua conta foi repassado pela mãe, para que ficasse guardado na conta poupança, porque "o dinheiro estava sumindo da conta".
De acordo com ela, o empréstimo teria sido feito para ser utilizado na reforma do imóvel. Alegou, ainda, que a vítima chegou a dizer que não se opunha ao empréstimo feito, mas que ficou indignada quando soube do uso indevido, em jogos on-line, de grande parte da quantia.
Diante das divergências entre os depoimentos, em especial entre mãe e filho, a defesa do acusado solicitou uma audiência de acareação, que foi deferida e agendada pelo juiz Roberto Araújo para o dia 18/7.