por LUCIANA ARCHETE
Advogada e Jornalista MG19681JP
No domingo (3), na Serra da Onça, Guidoval recebeu o Secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, a reitora da Universidade Federal de Ouro Preto, Claudia Marlière, a presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto, Julia Mitrot, o deputado estadual Coronel Piccinini e um grande grupo de maçons, de diferentes regiões, que foram participar e prestigiar o ato solene realizado em homenagem aos 250 anos de nascimento do desbravador Guido Marlière.
Para abrilhantar ainda mais a cerimônia, aconteceu uma brilhante apresentação dos musicistas da Corporação Belarmino Campos.
A Prefeitura Municipal agradeceu a presença de todos e orgulha-se de fazer parte da história tão significativa de Guido Marlière.
Nova fanfarra para a cidade
Para encerrar com chave de ouro a nossa 3ª Fligui (Feira Literária de Guidoval) foi estreada a nova Fanfarra Mirim Tio Lúcio, composta pelos alunos da Escola Municipal Antônio Barbosa Neto, sob a regência do Maestro Diego Lima.
Uma homenagem ao sambista e incentivador cultural guidovalense Tio Lúcio permitiu que a Fanfarra adotasse este nome.
Parabenizamos toda equipe da Secretaria de Educação, professores, alunos, funcionários da escola, pais e comunidade pelo empenho e prestígio na construção de mais uma Feira Literária, que juntamente com a Fanfarra Mirim, ficarão marcadas na história de nosso município.
Guido Marlière
Guido Tomás Marlière (França, 3 de dezembro de 1767 — Guidoval, 15 de junho de 1836) foi um militar francês que atuou como colonizador no Brasil.
Lutou nas guerras napoleônicas, tanto a favor como contra os franceses, o que o forçou a migrar para o Brasil.
Foi capitão de cavalaria e diretor dos índios no Brasil, com 33 anos de serviços soldado e sub- oficial do Regimento da Coroa, ao passar do tempo foi qualificado como sargento e logo após recebeu o cargo de subtenente.
Foi responsável pela criação de diversos núcleos de povoação e por civilizar índios de várias tribos diferentes, dentre os quais o índio Guido Pokrane.
Sendo finalmente considerado inocente do crime de espionagem, em 12 de fevereiro de 1812, foi posto em liberdade por ordem do príncipe regente D. João VI. Ainda quando esperava por sua absolvição, havia enviado uma carta ao desembargador-ouvidor em que relatava sua história como político, nobre e militar, falando também de sua infância e de sua mulher Maria Vitória. Na missiva ele solicitava sua designação para um lugar afastado da civilização, onde pudesse trabalhar entre os índios assim que fosse libertado da prisão.
O pedido de Marlière foi atendido e em 1813 chegou à região compreendida hoje pelo município de Rio Pomba. Ali deu início a um grande trabalho de civilização do índios sobretudo os botocudos. Sua primeira missão foi a de fazer um levantamento sobre usurpação de terras, abusos correlatos e ao mesmo tempo promover a restituição das terras ocupadas pelos brancos.
Seu trabalho no vale do Rio Doce junto aos botocudos o tornou célebre, sendo que o nome do município de Marliéria é mais uma homenagem a esta personalidade histórica. Sua área de atuação corresponde hoje à região onde estão instalados municípios como Jaguaraçu, Antônio Dias, Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga, além da já referida cidade de Marliéria.
Em 1828 fundaria o atual município de Cataguases, época em que se encontrava no local denominado Porto dos Diamantes como inspetor dos serviços da Estrada de Minas. A estrada atenderia a uma nova política de ocupação da região da Zona da Mata. Um ano depois de fundar Cataguases, Marlière foi reformado no posto de coronel, sentindo-se frustrado por não poder terminar a sua obra.
Como diretor-geral dos Índios em Minas Gerais, havia construído um quartel em um lugar chamado Serra da Onça de onde comandava toda região, tendo residido em uma fazenda de nome Guidoval, na região onde hoje está instalado o município homônimo. Foi nesta propriedade em que veio a falecer em 15 de junho de 1836, onde, acredita-se, estão sepultados seus restos mortais no Monumento do Guido.