* Cláudia Guerra

De 20 de novembro a 10 de dezembro, o mundo se mobiliza nos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, e neste ano o foco é a violência digital — uma nova e grave fronteira das desigualdades de gênero.

A internet é território de liberdade, mas também de ataques, perseguições e assédios que silenciam mulheres. Segundo a SaferNet Brasil (2024), os casos de violência de gênero online cresceram 218% nos últimos três anos, e as principais vítimas são mulheres negras, jovens e jornalistas.

O ciclo de ativismo começa em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, lembrando Zumbi dos Palmares e a luta antirracista. Segue em 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, em memória das irmãs Mirabal, símbolo da resistência feminina.

Em 6 de dezembro, o movimento Laço Branco convoca homens a se engajarem pelo fim da violência. E se encerra em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, reafirmando que viver sem violência é direito inegociável. Para enfrentar a violência digital, é preciso educação midiática, responsabilização das plataformas e apoio psicológico e jurídico às vítimas.

Políticas públicas devem incluir a proteção de dados pessoais e a punição de crimes digitais, além de campanhas permanentes sobre o uso ético das redes. Mais do que denunciar, é hora de reconstruir espaços digitais seguros, onde as vozes das mulheres possam ecoar com respeito e liberdade.

A receita federal de Uberlândia em parceria com a rede promoverá e Ajuda? 180 e Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, Criança, Adolescente e Idosos. Av. Rondom Pacheco, 2446, Uberlândia/MG. (34) 3210-3646 

*Profa. Dra. em História sobre violência doméstica, ativista voluntária da SOS Mulheres