Maurício de Santi
Da Rádio Senado
Em discurso no Congresso Nacional, após ser empossado, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fez uma defesa da democracia, agradeceu o apoio que garantiu a aprovação da emenda constitucional da transição e prometeu revogar os decretos que facilitaram o acesso às armas. O novo presidente do Brasil também prometeu retomar a política de valorização do salário mínimo, fortalecer a indústria, incentivar a pesquisa e combater o desmatamento na Amazônia.
O NOVO PRESIDENTE DO BRASIL TAMBÉM AFIRMOU QUE VAI RETOMAR A POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, FORTALER A INDÚSTRIA, INCENTIVAR A PESQUISA E COMBATER O DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI: Em discurso no Congresso Nacional após ser empossado, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a senadores e deputados que venceu uma das disputas mais desiguais da história. E acusou o governo anterior de usar a máquina pública para se manter no poder. O presidente descartou qualquer revanchismo, mas afirmou que os eventuais erros serão punidos de acordo com as leis. Citou inclusive a eventual responsabilização pelas quase 700 mil mortes por covid-19 no Brasil. Lula foi aplaudido em vários momentos. Um dos mais efusivos foi quando defendeu a democracia: Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com a verdade. Ao terror e à violência, responderemos com a Lei e suas mais duras consequências. Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre! Lula disse que o momento agora é de esperança e de reconstrução do país. E agradeceu o empenho do Congresso na aprovação da emenda constitucional que garantiu a volta do programa Bolsa família, no valor de 600 reais. Ele ainda reafirmou o compromisso de combater a fome: Este compromisso começa pela garantia de um Programa Bolsa Família renovado, mais forte e mais justo, para atender a quem mais necessita. Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros, que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra. O presidente Lula afirmou que recebeu um diagnóstico assustador sobre os orçamentos de áreas importantes como saúde, educação, infraestrutura, segurança, cultura e ciência e tecnologia. E destacou que um dos desafios será recompor o dinheiro destinado a esses setores. Lula também prometeu retomar a política de valorização do salário mínimo, propor uma nova legislação trabalhista, rever o teto de gastos, colocar o Brasil em posição de destaque no cenário internacional, especialmente nas questões climáticas e acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia: Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola. Lula também declarou que o novo governo vai garantir a publicidade de todas as ações no Portal da Transparência e via Lei de Acesso à Informação. E pretende trabalhar em conjunto com os 27 governadores eleitos para retomar o Programa de Aceleração do Crescimento e o Minha Casa Minha Vida. Os decretos que permitiram a exploração de madeira em terras indígenas e o que facilitou o acesso às armas serão revogados: Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo. O Brasil precisa de livros, de educação e de cultura para que a gente possa ser um país mais justo. Lula assegurou, por fim, que todos os brasileiros poderão exercer livremente a sua religiosidade e que o país voltará a ser plural com o governo trabalhando pelo bem-estar de todos os cidadãos, especialmente dos mais vulneráveis.