A Academia Marianense de Bordados nasceu do idealismo de bordadeiras, reunidas em uma visita fraterna, em maio de 2022, de membros do Movimento Renovador de Mariana e da Academia Marianense de Letras ao Atelier Anjo Barroco. Nesse lugar, as bordadeiras da cidade, encontram um ambiente propício à boa convivência, às práticas constantes do movimento de linhas e agulhas nos panos. Numa prosa regada de doses de energias e sonhos, a academia foi idealizada. Assim começou a história da Academia Marianense de Bordados: no encontro fraterno, no encontro marcado nas dobras e linhas do tempo. Eis a Academia: um bordado de ideias e ideais.
Essas mulheres e esses homens tecem histórias e sentimentos, entre linhas de amor, fraternidade, poeticidade, num ato de saber preservar o patrimônio material e imaterial de Mariana.
Por que não criar a PRIMEIRA ACADEMIA DE BORDADOS, na cidade de Mariana – Matriz de Minas, com objetivo de reunir intelectuais dos bordados? Bordado não é arte de todos? Para todos? Cultura é patrimônio da Humanidade, pertence a todos! Desde a criação do mundo, o homem se expressa artisticamente. Mariana é solo de grandes poetas, artistas, músicos e artífices das letras e das artes. O objetivo principal é reunir intelectuais do BORDADO. O que é ser intelectual do BORDADO? Ter arte nas mãos. Ter vontade de fazer o melhor possível. Ter vontade de bordar sentimentos, imagens, poesia, traços entre linhas e agulhas. Isto é ser INTELECTUAL. Dessa forma a Academia Marianense de Bordados, possivelmente a primeira do gênero do Brasil, à maneira das costureiras, borda esperança ou esperanças, na sua singularidade e na sua pluralidade, abre portas para o reconhecimento do bordado como arte, como expressão e como patrimônio cultural.
Os objetivos dessa academia são: reunir as/os intelectuais do bordado, agregando conhecimentos diversos; produzir e difundir a arte dos bordados de Mariana, produzindo trabalhos de mérito na atividade artesanal, de reconhecido valor cultural e social; promover a realização de cursos e oficinas de capacitação no intuito de desenvolver e aperfeiçoar as técnicas de produção; desenvolver atividades socioeducacionais e culturais; promover e participar de eventos que oportunizem a participação dos associados no intuito de divulgar e comercializar a produção; desenvolver atividades que estimulem e consolidem o saber popular, o conhecimento, a memória histórica, os bens culturais e as manifestações artístico-culturais; promover o turismo cultural e desenvolver atividades que despertem a consciência ecológica.
A academia será composta por quarenta membros efetivos, honorários, correspondentes e beneméritos. Na primeira sessão solene, vinte e dois membros tomarão posse, no dia 05 de agosto de 2022, às 19:00, na Casa de Cultura – Academia Marianense de Letras:
Acadêmicas:
Raimunda Maria dos Anjos Castro. Márcia Acerra Almeida. Maria de Lourdes Souza. Vânia Maria Dias Chiste Costa. Tereza Francisca de Jesus. Maria José Alves Leite. Elisabete de Oliveira Camêlo da Cruz. Marisa Milagres Miranda da Costa Santos. Vânia Maria da Silva Santos. Maria Elizabete de Oliveira. Sônia Maria de Souza Almeida. Regina Celli. Alécia Justine Carvalho Carneiro Dias. Hebe Maria Rôla Santos. Lucinda Araújo Alves. Marlene de Souza Maia. Dário Américo Lopes Júnior. Marlene Magalhães. Dirce Furtado. Maria de Lourdes André Pereira
Membros Beneméritos: Andreia Donadon Leal e Maria Marta de Castro Silveira
O hino da academia, letra e melodia do Prof. J. B. Donadon-Leal, traz na introdução uma releitura criativa de parte do Hino de Mariana, especialmente na lembrança do último verso: “eu irei ressurgir”! e do final do refrão: “sempre a sonhar”. Essas alusões evocam o ponto central do motivo pelo qual os artistas marianenses dos bordados decidiram criar uma Academia de Bordados – vontade de ressurgimento, e ainda motivo para sonhar.
Benditas mãos que riscam e bordam
Tecendo imagens que aninham sensações
Pois alinhavam as linhas dos tempos
Por sobre panos que aconchegam corações (bis)
Do ponto cruz florescem jardins
Do ponto atrás desabrocham florais
E pontos livres contornam janelas
E pontos nós abrem portais
Do ziguezague voam petecas
Dos entremeios brincam crianças
Esta é a dança das linhas sapecas
Da Academia que borda esperança(s)
( Hino da Academia, J.B.Donadon-Leal)