Muriaé está em 36º lugar em Minas e 299º no Brasil em Potencial de Consumo por Categoria segundo levantamento divulgado esta semana pelo estudo IPC Maps 2022, especializado há quase 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais.
Aquém das expectativas, o consumo das famílias deve movimentar cerca de R$ 5,6 trilhões ao longo deste ano, no Brasil — o que representa um aumento real de apenas 0,92% em relação a 2021, a uma taxa positiva de 0,42% do PIB. O IBGE conta como cidades, além dos 5.568 municípios, Brasília (como cidade coextensiva ao Distrito Federal), e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE), totalizando 5.570 cidades (5.568 municípios de fato e 2 municípios-equivalentes). Deste cenário, Muriaé ocupa a posição de n[úmero 299º, ficando à frente de centenas de cidades até mesmo mais conhecidas.
Já em Minas Gerais, estado com maior número de municípios, somando 853 no total, Muriaé fica à frente de cidades de renome e importância história ficando Muriaé em 36ª posição.
Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, esse resultado é reflexo da lenta recuperação pós-crise pandêmica agravada pelo atual cenário de confronto entre Rússia e Ucrânia, na Europa.
Diante disso, o levantamento mostra como o perfil empresarial brasileiro foi afetado, com o fechamento de mais de 1,1 milhão de empresas de 2021 para cá.
Outro destaque é a Região Nordeste, que recupera a vice-liderança no ranking de consumo entre as regiões brasileiras. Nesse contexto, as 27 capitais, embora com perdas em relação a 2021, aparecem respondendo por 29,07% do total de gastos no País; enquanto o interior mantém sua participação no consumo em 54,9% até o final deste ano.
Essa edição aponta, ainda, para uma nova tendência no comportamento do consumidor, que passa a gastar mais com veículo próprio em detrimento até das despesas com alimentação. “Como na pandemia muitas indústrias pararam de produzir, principalmente autopeças eletrônicas, as empresas tiveram de prolongar os prazos de entrega e reajustar seus valores. Enquanto isso, crescia a demanda por transportes via aplicativos e deliveries, tanto pelo consumidor — que passou a usar mais esses serviços —, quanto pelos trabalhadores — que viram nesse segmento uma oportunidade de compensar a perda do emprego ou de parte do seu salário, ou ainda, de ter uma renda extra”, avalia o diretor do IPC Maps.
Base consumidora
Tradicionalmente, a classe B2 lidera o panorama econômico, representando cerca de R$ 1,2 trilhão dos gastos. Junto à B1, pertencem a 20,8% dos domicílios, assumindo 38,8% (mais de R$ 2 trilhões) de tudo que será desembolsado pelas famílias brasileiras. Presentes em quase metade das residências (47,9%), C1 e C2 totalizam R$ 1,9 trilhão (36,4%) dos recursos gastos. Já o grupo D/E, que ocupa 28,8% das moradias, consome cerca de R$ 557,8 bilhões (10,7%). Embora em menor quantidade (apenas 2,5% das famílias), a classe A vem, cada vez mais, se distanciando socialmente dos menos favorecidos e ampliando sua movimentação para aproximadamente R$ 740 bilhões (14,1%).
Já na área rural, o montante de potencial de consumo esperado é de R$ 411,7 bilhões (7,3% do total) para este ano.
Cenário Regional
Com uma pequena contenção, o Sudeste continua liderando o ranking das regiões, respondendo por 49% do consumo nacional. Como já mencionado, o Nordeste volta a ocupar o segundo lugar no ranking das regiões, ampliando sua representatividade para 18,2%. Já, a Região Sul que, havia crescido na pandemia, regrediu para 17,9%. Assim como no ano passado, o quarto lugar segue ocupado pelo Centro-Oeste, reduzindo sua fatia para 8,5%, e por último, vem a Região Norte, que amplia sua atuação para 6%.
Perfil empresarial
Em termos de quantidade de empresas, de 2021 para 2022, houve uma retenção de 5,4%, totalizando 21.127.759 unidades instaladas hoje no Brasil. Na análise por natureza jurídica, conforme o estudo, os segmentos de Sociedades Limitadas (Ltdas) e Anônimas (S/A) foram os que, porcentualmente, mais fecharam as portas (11,2%), seguidos por Microempreendedores Individuais (MEIs), com 7,2%. “Os altos impostos associados à proliferação de MEIs e ao baixo teto de faturamento contribuíram para o encerramento dessas atividades”, afirma Marcos Pazzini.
Já, do ponto de vista quantitativo, foram fechadas 1.199.469 empresas. Destas, 1.026.570 eram MEIs, o que evidencia a ocorrência do declínio empresarial especialmente na faixa de faturamento mais baixo.
Dentre as companhias atualmente ativas, quase metade (11,6 milhões) tem atividades relacionadas a Serviços; seguida pelos segmentos de Comércio, com 5,4 milhões; e Indústrias, 3,4 milhões. Já Agribusiness, o único setor em crescimento, conta com mais de 764 mil estabelecimentos.